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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Histórias infantis e divulgação científica


Eu e Denise Raposo, bibliotecária da Escola Parque Barra, decidimos incentivar os alunos dos sexto e sétimo anos, que fazem parte do Clube de Ciências, a atuarem como contadores de histórias. Nossa proposta era investigar com o grupo as oportunidades que a literatura infantil apresenta para discutir temas científicos com crianças menores. Assim, selecionamos com os membros do clube alguns livros infantis que poderiam ser usados para a divulgação científica. 



Como estávamos na Semana do Meio Ambiente, Denise separou algumas obras com a temática ecológica e no primeiro encontro os membros do clube folhearam as obras, fazendo uma rápida leitura de reconhecimento e cada um escolheu um livro diferente. Ao lerem a história escolhida em voz alta, os estudantes recebiam dicas de como potencializar a leitura através da apropriação do texto, da interpretação através de entonações diferentes ou uso de efeitos sonoros e visuais para tornar a narrativa ainda mais instigante. Os alunos foram incentivados a levarem os livros escolhidos para casa e no segundo encontro, quando fizemos novas leituras e novas trocas sobre técnicas de contação de histórias, percebemos uma evolução na performance dos nossos contadores.

No terceiro encontro, tivemos a chance de receber as turmas dos pequenos para ouvir as histórias que preparamos para eles. Nesse dia, crianças de 2, 3, 4 e 5 anos ouviram Victor  narrar "Sou a maior coisa que há no mar" de Kevin Sherry. Marina e Giullia contaram "Sete camundontos cegos" de Ed Young. Guilherme e Betina leram "Cocô no Trono" de Benoît Charlat e Giovanna e Vitor apresentaram "Como é que eu era quando era bebê" de Jeanne Willis e Tony Ross. "Sou a maior coisa que há no mar" é a divertida história de uma lula deslumbrada com a sua própria grandeza.  “Sete camundongos cegos” mostra que a impressão que os camundongos têm das partes acaba sendo o caminho para o entendimento do todo, no caso, um elefante. "Cocô no trono" mostra como fazer o vaso pode ser divertido para nós animais e "Como é que eu era quando era bebê" fala de diferenças e desenvolvimento.  




No quarto e último dia dessa experiência, recebemos duas turmas do primeiro ano. Nesse dia as crianças ouviram as histórias "A árvore generosa" de Shel Silverstein e Flicts de Ziraldo. A primeira turma ouviu "A árvore generosa" contada pela dupla Guilherme e Mariana. A opção de narrar em parceria conferiu uma dinâmica ainda maior para a narrativa que aborda a relação de amizade entre uma árvore e um menino. Giullia usou bastante teatralidade para contar a história de Flicts, que aborda a questão das diferenças e de como lidamos com ela. Os pequenos participaram com enorme interesse. Nos dois casos, o público - crianças e professoras - ficaram concentradíssimos ouvindo e participando do bate-papo após as histórias. Nesse caso, como as crianças eram maiores, a conversa explorou temas ligados a sustentabilidade e biodiversidade. 


Alguns professores que levaram os alunos para ouvirem as histórias, pediram para levar os livros lidos para as salas de aulas, para que as turmas pudesse discutir outras questões e desenvolver diversas atividades a partir desse aprofundamento.
Após a última turma, fizemos uma avaliação dessa experiência. Um dos membros considerou que a quantidade de encontros para essa atividade foi demasiada. Para ele, bastaria um encontro preparatório e dois encontros de atividade prática. Outra participante defendeu que deveria haver mais encontros, porque a experiência fez com que ela se lembrasse da própria infância, quando ela também gostava de ouvir histórias. Para outro membro do clube, a experiência foi enriquecedora porque permitiu que ela percebesse o quanto uma história infantil pode ser rica em informações científicas. 
Nem todos os membros tiveram a chance de contar histórias. Por isso, estamos ávidos por novas oportunidades que provavelmente virão durante a semana da cultura e na inclusão dessa proposta nas ações sociais da escola.










terça-feira, 14 de junho de 2011

Uma experiência marcante

Os professores de Artes, Geografia, Língua Portuguesa, Matemática e Ciências da Escola Parque Barra resolveram levar as turmas do sétimo ano para o cinema para conferir  "Lixo Extraordinário" de Lucy Walker. Esse documentário mostra o trabalho que o renomado artista plástico Vik Muniz realizou no aterro de Gramacho. A coordenação pedagógica encarou os desafios que pintaram na organização do trabalho de campo e cuidou de tudo para que a sessão exclusiva acontecesse em uma das salas do Grupo Estação, que promove sessões para escolas.


Essa foi uma das atividades do projeto "Consumo Consciente" que propõe uma reflexão sobre o impacto do consumo nas relações que o homem estabelece com o ambiente, sobretudo na produção de lixo. Antes da sessão, as turmas se prepararam, lendo artigos sobre o tema e fazendo mosaicos com as imagens que encontraram na internet.


No dia a adesão foi quase total e o aproveitamento surpreendente: os alunos aplaudiam as obras de Vik, se emocionavam com as histórias dos catadores de materiais reciclados e participaram ativamente do debate que aconteceu logo após o filme.








Lixo Extraordinário


              Direção: Lucy Walker e Co-Direção: João Jardim, Karen Harley 
Duração: 99 minutos Som: Dolby Digital 5.1
 



Roteiro de Análise do Filme:




Aponte cinco situações que motivaram o trabalho de Vik Muniz no aterro de Gramacho.


Cite os principais problemas vivenciados pelos trabalhadores e pelo ambiente que abriga 75% do lixo do Rio de Janeiro e 100% do lixo que chega das cidades adjacentes.


Proponha alternativas para garantir qualidade de vida a esses trabalhadores e a recuperação do ambiente que abrigava o aterro, caso ele seja fechado em 2012.


Relacione as questões propostas no filme Lixo Extraordinário com as discussões feitas durante o trabalho Consumo Consciente.